
“O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14). O menino nas mãos de Maria é o Cordeiro de Deus apontado por João, aquele que tira o pecado do mundo (Jo 1, 36). A luz ilumina o menino, mas também brota do menino, pois é Ele a luz que, vindo ao mundo ilumina todo homem (Jo 1, 9). Quem diria que os bracinhos fofinhos da criança nos braços de Maria se abririam no madeiro e ali se fixariam pelos cravos pregados em suas mãos. Mas ninguém poderia lhe tirar a vida (Jo 10, 18). Foi Ele – na profunda dádiva de amor do Pai (Jo 3, 16) – que ofereceu-se a si mesmo por amor de nós, como um amigo que dá a vida pelo seu amigo (Jo 15, 13).
Certamente a jovem Mãe não imaginava que este seria o destino de seu Filho. Ela só sabia de uma coisa: Ele era o Amor feito gente em seu ventre e o Amor ama até o fim, sempre (Jo 13, 1). Ela compreendeu isto na hora derradeira e, como esteve ao lado d'Ele em todos os momentos, ali também estava (Jo 19, 24), quando a cruz não era apenas a sombra projetada de seus bracinhos, pela bruxuleante luz de uma lamparina.
O Natal de Nosso Salvador não é uma combinação passageira de luzes piscantes, presentes, músicas alegres e sorrisos, mas o sinal permanente da Aliança que o Pai fez com a humanidade uma vez por todas. Para muitos o Natal será tão somente isto: festa! Aliás, em muitos lugares já não se deseja um “Feliz Natal”, mas um genérico “Boas Festas”, afinal de contas não é “politicamente correto” falar assim, visto que muitos não são cristãos.
Estão querendo esvaziar nosso Natal, o verdadeiro Natal. E o pior: estamos deixando! O aniversariante está ficando do lado de fora da festa.
A capa do nosso Novo Tempo quer nos devolver a real compreensão do sentido último do Natal: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). Eis o mistério de Deus revelado a toda humanidade: Deus ama você tão profundamente que, não só enviou o seu Filho nascido de uma mulher (Gl 4, 4), mas o entregou por você na cruz do Calvário. Não dá para separar a madeira da manjedoura e a madeira da cruz!
Abençoado Natal a você e sua família!
É o que desejo em nome da Comunidade Redentorista e do Conselho Pastoral Paroquial.
Saúde e Paz!
Pe. Sérgio Luiz e Silva, CSsR.
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